21 junho, 2010

4 anos.

     Com todo o tumulto que estava acontecendo em sua casa, ela preferia fugir. Não era fácil enfrentar de cabeça erguida todos aqueles problemas. Ela se acovardou e fugia toda tarde. Passava horas lendo, estudando, ouvindo música, saindo escondida. Mas em casa ela não ficava. Um dia normal, ela acorda e se prepara para fugir. A notícia chega. O tumulto havia acabado. O 'problema' tinha se dissolvido. E agora? Fugir para quê? A confusão tinha ido embora mas junto com ela foi seu grande amor. Hoje fazem 4 anos que a vida dela ficou de cabeça para baixo e não teve um dia em que ela não pensasse no seu amor. Ela preferiu fugir da dor e com isso acabou perdendo os últimos momentos com o amor da sua vida. E agora, ela se pergunta quem iria lhe dar um sorriso estonteante quando ela soltasse uma graça, com quem ela iria brigar até chorar, com quem ela iria se consolar dos problemas, em quem ela iria abraçar até perder o ar. A pessoa que ela mais amava na vida havia ido embora e ela não se despediu. Não porque não teve chance, teve sim, muitas. Acontece que ela preferiu fingir que nada estava acontecendo, preferiu fugir para outro mundo. Preferiu estar no seu mundo das maravilhas. Ela foi egoísta. Agora irá viver coma dor, a culpa e a saudade pelo resto da sua vida. Até encontrar com seu amor novamente. E agora, é por ele que ela vive.



19 junho, 2010

São só palavras.

      Naquele momento o mundo parou, você me olhava como se não houvessem mais palavras sãs a serem ditas. E haviam? Eu aceditava que sim. Procurei por elas em minha cabeça, tentei formular alguma frase que tivesse sentido. E o que saiu da minha boca, nada. Parecia que nenhuma palavra era tão certa para a outra, parecia que elas não não podiam ficar juntas em uma mesma frase. Na minha mente, eu lutava contra isso. Eu não queria acreditar que as palavras, pela primeira vez em minha vida, não faziam sentido quando juntas em uma frase. Pela primeira vez, eu não conseguia falar. Tudo que eu sentia, ou pensava que sentia, tinha, simplesmente, desaparecido. Ótima hora para as palavras decidirem não ficarem juntas. Ótima hora! Você me olhava e parecia compreender o desespero que habitava em mim naquele momento. Eu lutei, tentei, gaguejei. Você me abraçou, minha lágrima escorreu e eu percebi. As palavras não se encaixavam, mas agora elas não precisavam mais.