22 agosto, 2010

Literalmente falando.

Era incrível mas ele amava todos os maiores defeitos dela. Ela era ciumenta, estúpida, teimosa, inconseqüente... E mesmo assim, todo dia ele a abraçava e dizia-lhe "Eu te amo, branca". 

Após uma longa discussão sobre o que sentiam, ela finalmente o perguntou: "Porque me amas, afinal?". Ele não pensou e disparou "Porque eu amo a maneira que você me acorda... E eu adoro todas as suas teorias malucas e o jeito que você argumenta... Também adoro ver você dormindo! Ah, e morro de rir com seu jeito maluco de ser... Amo o seu cheiro, sua pele, seus beijos, sua preocupação excessiva e linda.... Eu amo você porque você é você, branca! Será que isso é o bastante?"

Em seguida nenhuma palavra foi dita, só houve um rápido movimento. Quando ele deu por si, ela já estava nos seus braços o beijando por toda a face e sussurrando tudo o que ele sempre sonhara ouvir. 


Caso perdido.

Ela abriu o seu diário e escreveu aquilo que tanto a incomodava.
"Afinal, estou sendo tola por acreditar no amor?"
No fundo, ela já sabia a resposta. Sim, ela tinha se tornado uma tola. Um tola romântica apaixonada. Ela sempre criara barreiras ao redor do seu coração. Já havia o quebrado uma vez e não permitiria que isso lhe acontecesse novamente. Depois disso, ninguém nunca ousou chegar perto. E ela estava feliz. Por que não estaria? Saia com as amigas, se divertia, tinha uma vida estável, garotos disponíveis para aquela noite de solidão. Mas um dia, aconteceu. Tudo foi acontecendo tão sutilmente que ela esquecera de levantar tais barreiras. Desespero. Porque, logo ela, havia de se apaixonar por alguém assim? Ela era tão realista, pés no chão, centrada. Porque agora ela acreditava nesse maldito que é o amor? Como acreditar em uma coisa tão instável? Uma coisa que tira seu ar, seus pés do chão, que vira sua cabeça, que te deixa menos sã? Que te faz rir como uma boba, que mexe com seu estômago, que te faz chorar, que te angustia, que é incerto... como? Era tolice.

Ela só sabia que por mais que parecesse errado acreditar, ela o fazia. E que por mais que instável fosse o amor, ela amava. E que fosse tola! Porém nada mais parecia tão certo.

Entre a dor e o nada.

Parecia uma cena de filme. Ele falava desesperadamente o porque de ter mentido mas ela não estava o escutando. Ela não conseguia escutar mais nada, só podia sentir. Sentir aquela dor que latejava sobre seu peito, sentir as lágrimas rolando de maneira incontrolável pelo seu rosto e todo o desespero se formando. Sentir-se ferida, traída, como se não houvesse dor maior no mundo. Ele jamais entenderia o que ela estava sentindo. O coração dói. A cabeça dói. Cada músculo do seu corpo também começa a doer. Ela queria tentar ouvir o que tanto ele falava mas nada chegava aos seus ouvidos além da palavra dor.