22 agosto, 2010

Caso perdido.

Ela abriu o seu diário e escreveu aquilo que tanto a incomodava.
"Afinal, estou sendo tola por acreditar no amor?"
No fundo, ela já sabia a resposta. Sim, ela tinha se tornado uma tola. Um tola romântica apaixonada. Ela sempre criara barreiras ao redor do seu coração. Já havia o quebrado uma vez e não permitiria que isso lhe acontecesse novamente. Depois disso, ninguém nunca ousou chegar perto. E ela estava feliz. Por que não estaria? Saia com as amigas, se divertia, tinha uma vida estável, garotos disponíveis para aquela noite de solidão. Mas um dia, aconteceu. Tudo foi acontecendo tão sutilmente que ela esquecera de levantar tais barreiras. Desespero. Porque, logo ela, havia de se apaixonar por alguém assim? Ela era tão realista, pés no chão, centrada. Porque agora ela acreditava nesse maldito que é o amor? Como acreditar em uma coisa tão instável? Uma coisa que tira seu ar, seus pés do chão, que vira sua cabeça, que te deixa menos sã? Que te faz rir como uma boba, que mexe com seu estômago, que te faz chorar, que te angustia, que é incerto... como? Era tolice.

Ela só sabia que por mais que parecesse errado acreditar, ela o fazia. E que por mais que instável fosse o amor, ela amava. E que fosse tola! Porém nada mais parecia tão certo.

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